raulsantiago
quarta-feira, 13 de julho de 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Piscianos
Meu aniversário está chegando. Como outros piscianos, dou um certo valor a estas coisas e acho interessantes as análises das pessoas conforme seus signos do zodíaco. Por isso resolvi postar essa matéria sobre o signo de peixes que peguei na revista Personare. Para os amigos que querem me conhecer mais um pouco, aí vai. Obrigado e uma abração!
Em Astrologia Ocidental, dizemos que são piscianas as pessoas que nasceram entre os dias 20 de fevereiro e 20 de março, muito embora este período possa variar em até um dia a depender do ano de nascimento. Também possuem fortes traços piscianos aquelas pessoas que nasceram com o Ascendente ou a Lua em Peixes, ou com Netuno em posição de destaque no Mapa Astral.
Nem todo mundo percebe, mas o último signo do Zodíaco Ocidental tem seu nome no plural. Não é "peixe", é "peixes" mesmo. Um que nada para cima, outro que nada para baixo. Acontece que este signo, assim como Gêmeos, Virgem e Sagitário, pertence à Triplicidade Mutável e é, portanto, um signo de natureza dupla. Ambivalente, dividido entre dois mundos. É até difícil definir se é introvertido ou extrovertido, já que depende do momento e da maré. É coerente em sua incoerência e se encontra nos desencontros. A inclinação a mudar de opinião não é uma fraqueza neste caso, e sim sua maior força. Enquanto as pessoas sofrem por sua inflexibilidade e rigidez, Peixes permanece como aquele tipo quase indestrutível, pois se adapta ao ambiente. Difícil de agarrar, por ser escorregadio, é capaz de vencer pessoas aparentemente mais fortes justamente por suas características mutáveis, ambivalentes e adaptáveis.
VONTADE PODEROSA
Esta adaptabilidade, contudo, é apenas aparente. Como ocorre com os signos de Água, ele consegue manipular tudo sutilmente, fazendo com que - no final - o ambiente se adapte aos seus desejos. A diferença é que enquanto Câncer é tenaz e Escorpião é voluntarioso, o tipo clássico de Peixes parece inofensivo. A vontade pisciana não é aparente, mas é mais poderosa, pois vem unida com uma sensação de experiência, de já conhecer este mundo. Acontece que uma das maiores capacidades de Peixes reside justamente no poder de absorver a experiência alheia. A coisa funciona mais ou menos assim: pra que eu tenho que passar por isso, se alguém que eu conheço já passou e eu posso aprender com ele?
Peixes é regido tradicionalmente pelo planeta Júpiter e modernamente por Netuno. Desta dupla regência deriva sua natureza normalmente compassiva e interessada em ajudar os outros. No nível mais elevado, os piscianos realmente se dedicam a ajudar os outros e se envolvem em causas sociais. O exagero disso nos conduz ao aspecto sombrio do signo: a tendência a se colocar em situações em que é transformado numa vítima, num sofredor, em alguém em que as pessoas "montam". Com o tempo, o pisciano típico aprende a equilibrar os exageros e sai da posição de vítima de abusadores, compreendendo que até mesmo a compaixão, quando excessiva, pode se tornar um grande mal.
A capacidade de se sintonizar com aspectos subjetivos da realidade confere aos piscianos típicos o talento incomum de compreender o ambiente de uma forma mais profunda do que o normal. E é a partir deste mergulho intenso no sutil e no invisível que Peixes se converte num dos mais misteriosos e fascinantes signos do Zodíaco
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Para pensarmos sobre 2011.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010




Hoje é dia do Músico. Parabéns a todos esse sonhadores e realizadores de sonhos: cantores, instrumentistas, autores, compositores, arranjadores, produtores, em solos, duos, grupos, bandas e orquestras, de todos os gêneros, estilos e perfis, que levam alegria e cor à vida das pessoas.
Raul Santiago – um violão como poucos.
Quatro de janeiro de 1935. Na então pacata cidade de Anápolis, em Goiás, nascia Raul Santiago. Sua mãe, Dona Ordália, retornou logo a Jaraguá, cidade de origem da família. Foi lá que Raul passou toda sua infância. Tão logo teve o primeiro contato com o violão, ficou encantado. Seu tio, Joaquim Militão. além de construir violões, tinha conhecimento dos acordes fundamentais no instrumento. E, pressionado pela insistência do garoto curioso e interessado, veio a ser o primeiro professor do menino Raul, franzino, inquieto, astuto e cheio de talento.
Assim começou a carreira de um dos mais renomados violonistas brasileiros. Ainda adolescente, mudou-se com a família para Anápolis, onde conseguiu seu primeiro trabalho, como bilheteiro do único cinema da cidade. Com curiosidade insaciável, assistia aos filmes várias vezes, sempre atento às trilhas sonoras, que memorizava o quanto podia, para chegar em casa e tentar reproduzir de alguma forma aquelas músicas encantadoras. Querendo mais, pedia aos amigos que possuíam os raros gramofones para que o deixassem ouvir discos de música clássica, sua preferida. Enquanto ouvia os acordes mais inspirados dos grandes mestres, Raul dedilhava o violão, adaptando as melodias e harmonias por conta própria, de forma a fazê-las ainda mais bonitas, mais tocantes, mais expressivas.
E foi assim, como autodidata, que Raul Santiago aprendeu a tocar, “tirando” as músicas “de ouvido”, inventando seus próprios exercícios para aprimorar a técnica e a interpretação, e escolhendo ele mesmo o repertório, baseado nos grandes nomes da música e do violão.
Em Belo Horizonte, nos anos 50, suas interpretações já causavam espanto e admiração no público mais exigente, que prontamente o reconheceu como um talento inédito, digno de ser aplaudido pelas altas rodas da rígida e seletiva sociedade mineira. Eram os primeiros recitais, promovidos por clubes, amigos influentes e autoridades do Estado. Época de nascimento de grandes amizades, que o acompanhariam por toda a vida. Também nessa época, revela-se o Raul professor, que não hesitava em transmitir todo o conhecimento que tinha nas aulas particulares de violão, que passaram a desempenhar parte importante em sua vida de músico generoso e comunicativo.
Transferindo-se para o Rio de Janeiro, Raul teve a oportunidade de aprimorar sua arte, desta vez trocando conhecimentos com grandes nomes da música mundial, como o excepcional violonista espanhol Andrés Segóvia, e brasileiros de grande talento e preparo, como o maestro Tom Jobim e os os violonistas Baden Powell, Darcy Vilaverde e os irmãos Assad, dentre muitos outros. Como intérprete, realizou inúmeros recitais para as mais variadas platéias em teatros, auditórios e na então nascente televisão brasileira. Como professor, abriu portas para futuros nomes da música brasileira, como a sambista Beth Carvalho e o cantor Tim Maia. Como compositor, possuía incrível capacidade de criar versões e fazer arranjos – as Variações, que tanto se voltavam para temas compostos especificamente para o violão, como traduziam prodigiosas adaptações violonísticas de músicas compostas para outro instrumento. Nesse leque amplo de opções temáticas, ele privilegiava também músicas populares e temas folclóricos brasileiros e de outros países. Deixando-se levar por uma admirável intuição musical, que deixava transparecer rasgos de genialidade, Raul atingiu uma grande diversidade de repertório, a qual associava alta qualidade técnica e notável capacidade interpretativa. E seu nome passou a ser um dos mais requisitados naquele momento. O Brasil passava a perceber que o menino vindo de Goiás havia-se transformado num artista diferenciado, que poderia conquistar o País e representá-lo além de suas fronteiras. Dava-se grande destaque para o trabalho de sua mão direita, de uma clareza e vigor poucas vezes vistos na música instrumental brasileira. Dessa efervescência musical, surgiram performances impressionantes, que os limitados recursos de gravação existentes à época precisavam registrar.
Por isso, durante esses anos, alguns dedicados amigos, percebendo o inusitado daquelas interpretações, tomaram a iniciativa de gravar em fitas magnéticas algumas de suas apresentações, sempre descontraídas e improvisadas, como determinava o temperamento alegre, informal e criativo de Raul Santiago. Contudo, essas interpretações amadoras, a despeito do clima festivo, tinham grande qualidade artística, abrangendo um repertório que portava nomes como Bach, Mendelsson, Villa-Lobos, Haendel, compositores flamencos, Dorival Caymmi e versões improvisadas de autores desconhecidos.
Porém, a fragilidade financeira da carreira de solista e professor particular levou-o a aceitar uma oferta de trabalho que mudaria profundamente a vida do jovem pai de família: mudar-se para Brasília para participar da fundação da recém-criada Escola de Música de Brasília, ao lado do violonista Geraldo Ribeiro. Agora como professor contratado, Raul poderia estudar mais, continuar realizando seus recitais e gravar um disco totalmente seu, meta que começava a vislumbrar, pois nunca entrara em um estúdio com esta finalidade.
O destino, porém, não lhe deu essa oportunidade. Um derrame cerebral, no final do ano de 1973, interrompeu bruscamente sua carreira de instrumentista e deu início a uma das mais comoventes histórias pessoais já vividas por um músico brasileiro. Mesmo debilitado, com sérios problemas motores e dificuldades na visão, o talento extraordinário permitiu a Raul Santiago continuar lecionando violão na Escola de Música de Brasília até se aposentar. Daí por diante, continuou atuando como professor particular, num raro exemplo de força de vontade, desprendimento, determinação, amor à música e às pessoas. Amigos, alunos e familiares continuavam admirando-o e aplaudindo-o, não mais pelo violão iluminado que um dia tocou, mas por seu bom humor, sua alegria, sua alma, sua humanidade, sua inquebrantável esperança no futuro e sua extraordinária capacidade de compreender e transmitir a outros a musicalidade ímpar que nem a paralisia e a deficiência visual haviam conseguido destruir.
Mas as complicações de saúde sucederam-se, tornando-o cada vez mais limitado. Raul perdeu totalmente a visão, sofreu com outros problemas físicos, com o preconceito, com a falta de recursos médicos de então e, principalmente, com a dor de não mais poder tocar. Mesmo assim não parou. Tinha dezenas de alunos, a quem ensinava com amor e dedicação, de segunda a sábado, da manhã à noite. Mais que alunos, tinha muitos amigos, para quem passava sua bela experiência de vida e com quem gastava as longas horas de sua angustiante escuridão. Por fim, um tumor desenvolveu-se em seu organismo e deu início à última e mais dolorosa fase de sua vida, que só terminou com seu falecimento, no dia 22 de novembro de 1990, Dia do Músico. Até para despedir-se, Raul Santiago foi especial. Não poderia ser outra a data de sua partida.
A obra de Raul Santiago tem um grande valor artístico e histórico para a música brasileira, como ficou demonstrado por sua escolha para uma cadeira de imortal na ALMUB – Academia de Letra e Música do Brasil. A qualidade de seu trabalho, aliada a seu carisma, deixou inúmeros admiradores que, mesmo hoje, treze anos após sua partida, ainda se comovem com as lembranças e continuam ávidos para ter em casa uma forma de ouvir o violão singular e extraordinário de Raul Santiago.
Este CD, com a compilação dos melhores momentos de suas gravações, tenta preencher este vazio. Um tanto esquecido pelo público deste novo século, a recuperação de parte da obra violonística de Raul Santiago trará, por certo, um justo reconhecimento a uma das maiores expressões do violão acústico em nosso País. Sua distribuição para escolas, musicotecas e conservatórios deixará um importante legado para a memória da música erudita no Brasil. E proporcionará ainda a coroação de uma bela carreira, cuja trajetória tornou-se para muitos uma lição de vida, um exemplo de vontade inabalável, a demonstração de uma incrível consciência de seu papel como músico e como cidadão. Ao procurar resgatar a memória de Raul Santiago, passo a dividir com a platéia brasileira um legado precioso que recebi e que, por insistência dos amigos de meu pai, não poderia deixar de compartir com aqueles que amam a música como uma expressão superior do ser humano na vida que nos coube usufruir. Mais do que um disco de admirador, mais que o trabalho de sucessor desse grande legado, sinto-me cumprindo um dever histórico. Coube a mim ser o filho mais velho de um gênio do violão, e a mim cabe necessariamente a iniciativa de reverenciá-lo. Vocês todos, tenho a certeza, serão cúmplices desse gesto e, principalmente, ouvintes atentos dos sons magníficos que espero agora estar entregando ao Brasil. Que Deus o tenha, Raul Santiago! E que o Brasil saiba resgatar sua vida e obra, par mim única, admirável e absolutamente inesquecível.
Raul E. Santiago
Com a colaboração de Nestor Kirjner
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FICHA TÉCNICA:
- Gravado ao vivo em fitas magnéticas ¼”, durante apresentações realizadas entre 1966 e 1968, pelos amigos Dr. Artur Dalmasso, Oswaldo França e José Luis Clerot.
- Digitalizado e masterizado nos estúdios Cia do Gato - São Paulo -SP
- Projeto Gráfico: Carlos Alexandre.
- Realização: G4 Produções, Raul E. Santiago, Ângela Merice da Cruz Machado e Jair Santiago.
- Produção Executiva: Raul E. Santiago.
- (logo: G4 Produções)
Colaboradores:
Pessoas e empresas que contribuíram para a realização deste projeto:
Tasso Galvão de Velasco e Sra. Dina, Senador Áureo Melo, Nestor Kirjner, José Luis Clerot, Dr. Murilo Buso, Indiara Artiaga de Castro, Dr. Newton Rossi, Vera Brant, Vereador Leopoldo de Castro (Jaraguá-GO), Dr. Benjamin Roriz e Sra. Olga, Dr. Antônio Carlos Osório, SESC-DF, Clínica Cettro, Sinart Comunicação Visual, Domingos Félix de Souza, Carlos Alberto Abdalah, Dreine Militão, Théo de Freitas, Alano de Freitas, Dr. Tubertino Bráulio de Freitas Rios, Áttila Augusto Cruz Machado, Tentorino de Amorim, Iolare Santiago, Giles Santiago Júnior, Gil Felinto Santiago, Dr. Paulo Seixas, Dr. Rogério Tokarski, Embaixada da Espanha, Belini Pães e Gastronomia, Carlos Alexandre, Beer Fass, Roberto Nehring, Villela e Carvalho Construtora,
Agradecimentos:
Ângela Merice da Cruz Machado, Dr. Blas Cedrola, Tio Joaquim Militão, Edna Militão, Elita Militão, Ednê Militão, Tia Ditinha, Giles Santiago (in memorian), Wanda Cozetti, Luanda Cozetti, João Vicente Feijão, Mário Augusto Cruz Machado (in memorian), Embaixador Lauro Moreira, Patrimônio Histórico da Cidade de Jaraguá – GO, Maura Charlotte, Gabriela, Elaine, Rodrigo Lodi, Rodrigo Stelio, Ulysses Xavier, Jair Santiago.